Padre Fernando – Paroquia Militar
do Corpo de Bombeiros (DF)
Fonte: Internet |
“Na história do mundo só houve um
caso em que se vedasse um túmulo com uma pedra e um selo e se montasse uma
guarda para vigiá-lo para se evitar que
um defunto dali saísse. Foi justamente o caso de Jesus.
Que espetáculo poderia haver de
mais patético do que os soldados vigiando um cadáver para que o morto não
voltasse a andar, aquele que estava calado não voltasse a falar, o coração
atravessado pela lança do centurião não voltasse a bater.
Diziam que estava morto, sabiam
que estava morto. Diziam que não ressuscitaria e, no entanto, vigiavam. O fato
de terem pedido uma guarda até o terceiro dia indicava que acreditavam mais nas
palavras que Jesus havia dito que no temor de seu corpo ser roubado pelos
apóstolos para fraudar uma ressureição. A guarda era pra prevenir violência e o
selo era pra prevenir qualquer fraude. O certificado da morte e ressurreição de
Cristo foi assinado por seus inimigos, não por seus amigos, o que ressalta ainda
mais a sua veracidade. O mais curioso de tudo isto é que os inimigos de Cristo
esperavam sua ressurreição, mas seus amigos não. Seus seguidores pediram provas
antes de dar-se por convencidos. O caso, por exemplo, de Tomé. Parece que os discípulos
e as mulheres se recordavam mais do que Jesus havia dito de sua paixão do que daquilo
que havia dito de sua ressurreição. Quando Cristo foi sepultado parecia que era
sepultada também a esperança dos apóstolos e discípulos de vê-lo de novo. Tanto
que as mulheres foram ao tumulo não para ver Jesus ressuscitado, senão para
ungir o seu corpo com óleo e aromas. A ressurreição apesar de anunciada era
algo que nunca esperaram. Tanto que quando chegaram lá e viram que a pedra
havia sido retirada não concluíram que Jesus ressuscitou, senão que pensaram
que seu corpo havia sido roubado. _Dom Fulton Sheen”
Utilizando a perspectiva
histórica, notamos que a ressurreição de Cristo é um evento que ocorreu de uma dimensão
definida de tempo e espaço. Will B. Smith, notável erudito e mestre, observa na
obra Christian
apologetics: O significado da ressurreição é um assunto teológico, mas o
fato da ressurreição é um assunto histórico. A natureza da ressurreição do
corpo de Cristo pode ser um mistério, mas o fato de que o corpo desapareceu do
tumulo é um assunto para ser decidido sobre uma evidencia histórica. O lugar
possui uma definição geográfica. O homem
a quem pertencia o túmulo era um homem em que vivia na primeira metade do século
primeiro. O tumulo era feito de pedra e ficava ao lado de uma colina próximo a Jerusalém.
Os guardas colocados diante do tumulo não eram seres fictícios do monte Olimpo.
O sinédrio era um corpo de homens que se encontravam frequentemente em Jerusalém
como uma vasta literatura nos fala, esta pessoa, Jesus, era uma pessoa viva. Um
homem entre outros homens e os discípulos que saíram para pregar Jesus ressuscitado eram
homens entre homens. Homens que se alimentaram, beberam, dormiram, sofreram,
trabalharam e morreram. O que isto tem de doutrina? Este é um problema histórico.
Há três explicações para o
sepulcro vazio: Os inimigos tomaram o corpo, os seus amigos tomaram o corpo ou
Jesus ressuscitou. A primeira possibilidade é extremamente improvável porque
seus inimigos certamente teriam exibido seu corpo se isso tivesse sido possível
a fim de humilhar os seus discípulos e calar os rumores da ressurreição, bem como
para cortar qualquer novo movimento religioso que pudesse ameaçar suas tradições
mosaicas. É igualmente pouco provável que seus amigos tenham levado seu corpo
porque depois da sua crucificação eles estavam extremamente decepcionados e
desanimados e não acreditavam que ele ressuscitaria. É absurdo pensar que
nessas condições eles inventaram esquema que roubavam seu corpo e depois contariam
a história na qual obviamente não acreditavam.
[...]
O sepulcro de Jesus não foi venerado.
Na nossa fé católica nós sabemos o endereço do túmulo de todos os santos exceto
dois: Jesus e a Virgem Maria. Obviamente, nós que veneramos tanto as relíquias dos
santos saberíamos do endereço das sepulturas de Jesus e Maria e isso não é o
que ocorre.
[...]
A ressurreição é a prova mais
cabal da divindade de Cristo. Por quê? Maomé fundou o islamismo e pode ter ensinado
coisas muito bonitas, mas não ressuscitou. Buda morreu e não ressuscitou e ninguém
mais que tenha fundado qualquer igreja morreu e ressuscitou. Jesus não tem em
favor somente os seus milagres porque curandeiros tem havido ao longo da
história. O próprio demônio tem o poder de curar. Então para nós, nunca um
milagre é um sinal necessário e absoluto da ação de Deus. Mas ressuscitar... o demônio não ressuscita.
Então esse é o primeiro ponto. O segundo ponto significa a vitória de Jesus
sobre a morte não só para si mesmo, senão que ele derrota a morte para todos nós.
Ele morre em nosso lugar para que nós tenhamos a vida eterna. A boa noticia. A
morte não dá a ultima palavra para o cristão. Nós sabemos que a alma continua,
que existe vida após a morte e que aqueles que seguirem Jesus não padecerão a
morte eterna, não irão para o inferno.[...]
Professar o espiritismo, caríssimos,
joga por terra muitas verdades da nossa fé. Uma delas, que é revelada tanto no
velho testamento como no novo testamento é a crença no inferno e no diabo
porque no espiritismo não existe o inferno nem o diabo. No espiritismo existem
espíritos atrasados. Existem lugares para esses espíritos atrasados que podem
evoluir, podem daí sair, sendo que Jesus ensina que quem cair no inferno nunca
mais de lá sairá. Agora o que acontece, por que a doutrina espirita nos seduz?
Em primeiro lugar, porque somos apegados a este mundo e é apetecível a ideia de
poder voltar a essa vida, poder voltar a
Fernando de Noronha, a voltar a comer camarão e lagosta, a voltar a namorar,
poder voltar e fazer tanta coisa. Por isso no primeiro momento é agradável essa
ideia.
[...] Quando Jesus estava
morrendo um de cada lado, o quê que Dimas o bom ladrão disse pra Jesus? “Senhor
lembra-te de mim quando entrares na tua glória.” O quê que Jesus respondeu? “Dimas,
foi mal, não posso, você roubou, eu sou Deus, eu leio o seu coração e você não
vai poder entrar no paraíso comigo. Você vai ter que voltar e pagar cada
centavo.” (pensamento espírita) Foi isso que Jesus falou? Não. O quê que ele
respondeu? “HOJE mesmo estarás comigo no paraíso.”
[...] Dimas reconhece ali na
ultima hora, Jesus Cristo como senhor e por causa da sua humildade, do seu
arrependimento, ainda que na ultima hora, Isso lhe é levado em conta e Dimas
vai para o paraíso.
No próprio espiritismo se ensina
que na realidade não é uma religião, mas uma filosofia, uma lei divina a qual
todos estamos sujeitos, não importa a religião. E se diz que você pode ser um
ou outro e de repente você chega no espiritismo e eles acolhem você. Dai você pensa
“ah, muito melhor do que no catolicismo porque eles querem exclusividade, to
dentro” [...]
Enveredamos no caminho do erro
porque não conhecemos as Sagradas Escrituras.
[...]
Obs: Fiz algumas adaptações na
linguagem para a norma padrão escrita, sem ficar muito coloquial, e só destaco
isso para a data de hoje, mas o Pe. Fernando sempre dá explicações completas e
se estende nos detalhes. Por isso omiti a parte final da homilia.
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