Apresentação

domingo, 20 de abril de 2014

Reflexões da homilia do domingo da ressurreição

Padre Fernando – Paroquia Militar do Corpo de Bombeiros (DF)
Fonte: Internet


“Na história do mundo só houve um caso em que se vedasse um túmulo com uma pedra e um selo e se montasse uma guarda para vigiá-lo para  se evitar que um defunto dali saísse. Foi justamente o caso de Jesus.
Que espetáculo poderia haver de mais patético do que os soldados vigiando um cadáver para que o morto não voltasse a andar, aquele que estava calado não voltasse a falar, o coração atravessado pela lança do centurião não voltasse a bater.
Diziam que estava morto, sabiam que estava morto. Diziam que não ressuscitaria e, no entanto, vigiavam. O fato de terem pedido uma guarda até o terceiro dia indicava que acreditavam mais nas palavras que Jesus havia dito que no temor de seu corpo ser roubado pelos apóstolos para fraudar uma ressureição. A guarda era pra prevenir violência e o selo era pra prevenir qualquer fraude. O certificado da morte e ressurreição de Cristo foi assinado por seus inimigos, não por seus amigos, o que ressalta ainda mais a sua veracidade. O mais curioso de tudo isto é que os inimigos de Cristo esperavam sua ressurreição, mas seus amigos não. Seus seguidores pediram provas antes de dar-se por convencidos. O caso, por exemplo, de Tomé. Parece que os discípulos e as mulheres se recordavam mais do que  Jesus havia dito de sua paixão do que daquilo que havia dito de sua ressurreição. Quando Cristo foi sepultado parecia que era sepultada também a esperança dos apóstolos e discípulos de vê-lo de novo. Tanto que as mulheres foram ao tumulo não para ver Jesus ressuscitado, senão para ungir o seu corpo com óleo e aromas. A ressurreição apesar de anunciada era algo que nunca esperaram. Tanto que quando chegaram lá e viram que a pedra havia sido retirada não concluíram que Jesus ressuscitou, senão que pensaram que seu corpo havia sido roubado. _Dom Fulton Sheen”
Utilizando a perspectiva histórica, notamos que a ressurreição de Cristo é um evento que ocorreu de uma dimensão definida de tempo e espaço. Will B. Smith, notável erudito e mestre, observa na obra  Christian apologetics: O significado da ressurreição é um assunto teológico, mas o fato da ressurreição é um assunto histórico. A natureza da ressurreição do corpo de Cristo pode ser um mistério, mas o fato de que o corpo desapareceu do tumulo é um assunto para ser decidido sobre uma evidencia histórica. O lugar possui uma definição  geográfica. O homem a quem pertencia o túmulo era um homem em que vivia na primeira metade do século primeiro. O tumulo era feito de pedra e ficava ao lado de uma colina próximo a Jerusalém. Os guardas colocados diante do tumulo não eram seres fictícios do monte Olimpo. O sinédrio era um corpo de homens que se encontravam frequentemente em Jerusalém como uma vasta literatura nos fala, esta pessoa, Jesus, era uma pessoa viva. Um homem entre outros homens e os discípulos  que saíram para pregar Jesus ressuscitado eram homens entre homens. Homens que se alimentaram, beberam, dormiram, sofreram, trabalharam e morreram. O que isto tem de doutrina? Este é um problema histórico.
Há três explicações para o sepulcro vazio: Os inimigos tomaram o corpo, os seus amigos tomaram o corpo ou Jesus ressuscitou. A primeira possibilidade é extremamente improvável porque seus inimigos certamente teriam exibido seu corpo se isso tivesse sido possível a fim de humilhar os seus discípulos e calar os rumores da ressurreição, bem como para cortar qualquer novo movimento religioso que pudesse ameaçar suas tradições mosaicas. É igualmente pouco provável que seus amigos tenham levado seu corpo porque depois da sua crucificação eles estavam extremamente decepcionados e desanimados e não acreditavam que ele ressuscitaria. É absurdo pensar que nessas condições eles inventaram esquema que roubavam seu corpo e depois contariam a história na qual obviamente não acreditavam.
[...]
O sepulcro de Jesus não foi venerado. Na nossa fé católica nós sabemos o endereço do túmulo de todos os santos exceto dois: Jesus e a Virgem Maria. Obviamente, nós que veneramos tanto as relíquias dos santos saberíamos do endereço das sepulturas de Jesus e Maria e isso não é o que ocorre.
[...]
A ressurreição é a prova mais cabal da divindade de Cristo. Por quê? Maomé fundou o islamismo e pode ter ensinado coisas muito bonitas, mas não ressuscitou. Buda morreu e não ressuscitou e ninguém mais que tenha fundado qualquer igreja morreu e ressuscitou. Jesus não tem em favor somente os seus milagres porque curandeiros tem havido ao longo da história. O próprio demônio tem o poder de curar. Então para nós, nunca um milagre é um sinal necessário e absoluto da ação de Deus.  Mas ressuscitar... o demônio não ressuscita. Então esse é o primeiro ponto. O segundo ponto significa a vitória de Jesus sobre a morte não só para si mesmo, senão que ele derrota a morte para todos nós. Ele morre em nosso lugar para que nós tenhamos a vida eterna. A boa noticia. A morte não dá a ultima palavra para o cristão. Nós sabemos que a alma continua, que existe vida após a morte e que aqueles que seguirem Jesus não padecerão a morte eterna, não irão para o inferno.[...]
Professar o espiritismo, caríssimos, joga por terra muitas verdades da nossa fé. Uma delas, que é revelada tanto no velho testamento como no novo testamento é a crença no inferno e no diabo porque no espiritismo não existe o inferno nem o diabo. No espiritismo existem espíritos atrasados. Existem lugares para esses espíritos atrasados que podem evoluir, podem daí sair, sendo que Jesus ensina que quem cair no inferno nunca mais de lá sairá. Agora o que acontece, por que a doutrina espirita nos seduz? Em primeiro lugar, porque somos apegados a este mundo e é apetecível a ideia de poder voltar a essa vida, poder  voltar a Fernando de Noronha, a voltar a comer camarão e lagosta, a voltar a namorar, poder voltar e fazer tanta coisa. Por isso no primeiro momento é agradável essa ideia.
[...] Quando Jesus estava morrendo um de cada lado, o quê que Dimas o bom ladrão disse pra Jesus? “Senhor lembra-te de mim quando entrares na tua glória.” O quê que Jesus respondeu? “Dimas, foi mal, não posso, você roubou, eu sou Deus, eu leio o seu coração e você não vai poder entrar no paraíso comigo. Você vai ter que voltar e pagar cada centavo.” (pensamento espírita) Foi isso que Jesus falou? Não. O quê que ele respondeu? “HOJE mesmo estarás comigo no paraíso.”
[...] Dimas reconhece ali na ultima hora, Jesus Cristo como senhor e por causa da sua humildade, do seu arrependimento, ainda que na ultima hora, Isso lhe é levado em conta e Dimas vai para o paraíso.
No próprio espiritismo se ensina que na realidade não é uma religião, mas uma filosofia, uma lei divina a qual todos estamos sujeitos, não importa a religião. E se diz que você pode ser um ou outro e de repente você chega no espiritismo e eles acolhem você. Dai você pensa “ah, muito melhor do que no catolicismo porque eles querem exclusividade, to dentro” [...]
Enveredamos no caminho do erro porque não conhecemos as Sagradas Escrituras.
[...]
Obs: Fiz algumas adaptações na linguagem para a norma padrão escrita, sem ficar muito coloquial, e só destaco isso para a data de hoje, mas o Pe. Fernando sempre dá explicações completas e se estende nos detalhes. Por isso omiti a parte final da homilia.


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