Apresentação

terça-feira, 2 de julho de 2013

De quem é o corpo da mulher?


As feministas do movimento "Marcha das Vadias"  defendem o direito das mulheres sobre o próprio corpo em todos os aspectos, em resumo reivindicam o respeito de qualquer ser humano, mas especificamente do sexo masculino, para que não se achem no direito de se ser donos das mulheres. Eles se acham tão donos que quando passam na rua, assoviam ou chamam de gostosa, quando nem sequer conhecem a mulher. Sei que alguns cristãos e cristãs tendem a culpar a mulher pelo mau comportamento do homem, isto é, culpam a forma provocadora que as mulheres se vestem como justificativa para que o homem fique à vontade para expressar seu pensamento.

Eu concordo com muitos argumentos da tal marcha, pela discussão que é proposta, mas para nós cristãos, esse tipo de movimento não nos mobiliza muito por causa das causas que ele puxa junto, como o aborto, para nós injustificável, uma causa para além de denunciar o machismo que leva a violência sexual à mulher. Entendo que uma coisa leva a outra, já que mulheres que se dizem dona de seus corpos com direitos, se acham no direito de tirar a vida.  Vejamos os seus argumentos:




As razões são verdadeiras e legítimas e não vejo como a Igreja discordaria, mas a solução "daí podemos abortar" é que não cabe. E não é puro moralismo da Igreja, ou por achar que Deus não se importa com as mulheres, mas há por trás uma história do pensamento da Igreja, do modo como Deus tem revelado as coisas aos homens desde a primeira mulher e o primeiro homem que indica o caminho a que a Igreja se refere. E não se trata de "patriarcalismo" como as feministas estão destacando, estão usando esta palavra como sinônimo de machismo. Caberia num livro esclarecer a posição da Igreja  que é atacada como conservadora, da Idade Média de maneira pejorativa. Mas não é simplesmente bater o pé e afirmar o pensamento dos papas, sacerdotes e bispos porque são homens, simplesmente, mas porque são sucessores dos apóstolos, a quem Cristo encarregou de transmitir toda a doutrina da Igreja, reafirmar o Evangelho que ele deixou. Existe uma relação de poder que é dado por Deus a estes primeiros homens, cabendo a eles, dotados do Espirito Santo inspirar e transmitir toda a Verdade, como se pode ver pelos milagres que eles fizeram em nome de Cristo, coisa que eles não faziam antes, mas só depois que  receberam o Espirito Santo. A contrário do que pensam as mulheres que criticam a Igreja, a imagem da mulher é engrandecida ao mais alto dos Céus na imagem de Maria, por suas virtudes, submissão, sim à Deus, assim como Jesus (ser do sexo masculino) também foi submisso. Diante dos homens, Nossa Senhora está na mais alta hierarquia, acima dos anjos e todos as santas e santos. Daí a IGREJA tira a lição do que agrada a Deus. A igreja vive hoje a geração Mariana, submissa à Nossa Senhora, quando os grandes patriarcas tiveram seu papel na Igreja antes de Cristo.
Poderia-se escrever um livro com o título "A mulher e a Igreja", e haveria de se colocar dois lados, um que degrine a imagem da mulher e outro que eleva. Não vamos aqui ser parciais e dizer que os cristãos não contribuíram ou não fizeram parte da cultura que submergiu a mulher. 
Eu como cristã, que busco estudar a minha fé, entendo quando um santo diz ""A mulher é a arma do diabo" ( Santo  Antônio), pois remete a Eva, que se deixou seduzir facilmente a serpente (mas quem de nós não seria? não sejamos hipócritas). Também Adão teve culpa, mas não vamos entrar no mérito nessa parte. Mas acho uma desqualificação gratuita, apenas para denegrir a mulher, pensamentos como "A mulher tem o veneno de uma áspide e a malícia de um dragão" S. Gregório, '"De todas as bestas ferozes nenhuma é mais perigosa que a mulher" S. João Crisóstomo. E mais do Antigo Testamento: "Não permito que a mulher ensine" S. Timót. 1ª II-11
"Nem ensine nem cante nas igrejas o que seria torpeza" Corint.1ª XIV-35



"Nem tenha a cabeça descoberta, porque não só a voz mas 

também os cabelos da mulher são coisas indecentes" S. Paulo
Isso são retratos de uma época, é claro que existe a parte  
cultural, pois são homens que escreveram, até mesmo porque 
 estes pensamentos do antigo testamento a respeito das  
mulheres não são verdades de fé, mas expressão da época.  
Tanto é que há trechos na bíblia que sugerem ao escravo  
serem submissos e obedientes aos seus senhores e hoje a  
igreja definitivamente não defende a escravidão do homem 
pelo homem.


Em contrapartida, para entender que apesar disso, na  
própria Escritura está escrito aquilo que as feministas não  
leram com atenção para criticar: 
“Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também  
as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.”  
(Efésios 5.24).
  
“Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5.25)
Digamos que seja uma submissão consentida, entrega  mútua,  porém não escravidão. Uma caminhada conjunta, uma  parceria, uma verdadeira relação de amor, se falta de uma  lado, pesa do outro.
O Papa Paulo VI fez um discurso muito bonito sobre as mulheres, que reafirma a imagem da mulher que predomina, a de mãe, mas sem naturalizar, já que a feministas não querem ser associadas unicamente a tal imagem e eu entendo porque, porque não querem ser predestinadas a uma coisa que cabe a elas decidirem. E no discurso do Papa ele fala das mulheres, casadas ou solteiras, e atribui a nós a competência sublime de salvar o mundo. Querem mais? 
Tem o discurso do Papa João Paulo II que mostra  a atualidade da Igreja sobre a mulher, sem se contradizer em relação ao aborto.:
"Pensando, depois, a um dos aspectos mais delicados da situação feminina no mundo, como não lembrar a longa e humilhante história - com frequência, « subterrânea » - de abusos perpetrados contra as mulheres no campo da sexualidade? No limiar do terceiro milênio, não podemos permanecer impassíveis e resignados diante deste fenômeno. Está na hora de condenar vigorosamente, dando vida a apropriados instrumentos legislativos de defesa, as formas de violência sexual, que não raro têm a mulher por objecto. Mais, em nome do respeito pela pessoa, não podemos não denunciar a difusa cultura hedonista e mercantilista que promove a exploração sistemática da sexualidade, levando mesmo meninas de menor idade a cair no circuito da corrupção e a permitir comercializar o próprio corpo.

Por outro lado, diante de tais perversões, quanto louvor
 merecem as mulheres que, com amor heróico pela sua
 criatura, carregam uma gravidez devida à injustiça de
 relações sexuais impostas pela força; e isto não só no 
 quadro das atrocidades que, infelizmente, se verificam nos 
 contextos de guerras, ainda tão frequentes no mundo, mas 
 também nas situações de bem-estar e de paz, não raro 
 viciadas por uma cultura de permissivismo hedonista, na 
 qual prosperam facilmente também tendências de 
 machismo agressivo. Nestas condições, a escolha do aborto,

 que permanece sempre um pecado grave, antes de ser uma 
 responsabilidade atribuível à mulher, é um crime que deve 
e ser imputado ao homem e à cumplicidade do ambiente 
 circundante"

Essa é a Igreja moderna a que tanto chamam de conservadora. As mentes modernas de hoje não querem entender que algumas coisas não podem ser modernizadas, pois se não entrariam em contradição. Não, não seria mudança de paradigma, mas uma contradição! Por exemplo, é justamente o caso do aborto. Como pode Deus criar a vida e atribuir direito às mulheres de tirá-la, se Ele é o autor da vida. No caso de estupro, o estuprador é o culpado ( e ele pagará cada centavo a Deus, tenham certeza que seu crime não será encoberto!) e tudo que a mulher tiver que passar nessa vida, a humilhação, todo o sofrimento, Deus cobrará dele sim! E a mulher receberá as graças de Deus por sua luta, por seu sofrimento, quem sabe em dobro, muito mais., mas se a mulher optar pelo aborto, ela terá sua "recompensa", terá o "alívio", largará o peso da cruz e ficará livre, mas também não vai ressuscitar em Cristo porque ela cometeu um crime aos olhos de Deus para salvar a si. É como disse Cristo Quem quiser salvar a própria vida, perdê-la-á, mas quem perder a própria vida por Minha causa, salvá-la-á» (Lc 9, 24). Claro que é possível a reconciliação com a Igreja, em vida, para obter o perdão de Deus e salvar a vida eterna. É valor cristão, é entendimento cristão de que não da pra ter uma vida 'joinha aqui', sem sofrimento algum, porque o homem não sabe viver em harmonia, já se perdeu em si mesmo, está sem rumo, sem Deus.
Jó é um exemplo blíbico da calmaria que se transforma em 
 desolação, na fé que é testada e provada justamente no 
 sofrimento. Ele vivia em paz, era rico e feliz, mas o demônio 
 resolveu tentá-lo para provar pra Deus que ele cairia, pois 
 para ele é muito fácil amar a Deus quando se está tudo bem , quero ver quando a coisa desandar, será que ele manterá a fé? E ele foi testado e provado em sua fé, foi fiel. Muito maior foi sua recompensa, após perder tudo.




Aí, lá vem as feministas e os feministas querendo que abramos mão de "nossas crenças", então vamos fechar as bíblias e parar o culto a Deus de mais de 2.000 anos. Será que o mundo seria um lugar muito melhor sem Deus? Na verdade, essa pergunta nem caberia em nossas cabeças, já que Ele que criou tudo isso aqui, é inconcebível! Ora, Deus bem que podia nos abortar de uma vez e pararíamos de atazaná-lo, de ofendê-lo, de insultá-lo, de incomodá-lo em nossas existências insignificantes.
Bom da pra ver que temos alguma chance, pois estamos vivos ainda. Não por nossos méritos, mas por Sua infinita bondade, paciência, sabedoria e amor.
Quando eu digo que não da pra abrir mão de nossas crenças, é porque eu quero que vocês tolerem a minha fé, como eu estou tentando tolerar as reivindicações destas mulheres, só até onde nossos argumentos não entram em conflito. É isso que gostaria escrevendo o post, que tentassem entender o que está por trás de nossa "crença" que para nós é a verdade. Apesar das diferenças, é possível a tolerância. Eu falando por mim mesma, tolero e não quero interferir no seu livre arbítrio, muito menos Deus! A Igreja defende a vida e deve se posicionar, mas não decidir por ninguém e jamais irá criar lei humana alguma para decidir pelas mulheres ou coisa alguma. A Igreja militante pode até ir às ruas, mas só vai dizer o que pensa, nada mais. A bancada evangélica quer interferir demais, concordo, embora seja a vontade de Deus, que seus "fetos" vivam. Porém, os meios de Deus são outros, e interferir assim é interferir no livre arbítrio que Ele mesmo criou, em sua Sabedoria. Amar a Deus não é uma obrigação, não é imposto pra ninguém. Nem sequer Deus quer que as pessoas encham as Igrejas por medo, mas simplesmente por amor. Ele deseja ser correspondido, porque Ele amou a gente primeiro, assim como nós amamos nossos filhos no ventre, e depois desejamos que eles nos amem, que correspondam com nosso cuidado, nosso zelo.

Em resposta à pergunta do título que já foi respondido pelas feministas, mas para nós cristãos ficamos com a verdade do Evangelho que diz que o corpo, seja de homens ou mulheres, é templo do Espirito Santo, onde ele age, onde pode habitar quando permitirmos. Veja, nunca é uma invasão, mas sempre exige o "sim" de cada um. O Espírito Santo não habitará num corpo em pecado. 


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